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TALKING HEADS, NEW WAVE, O SONHO AMERICANO E DECEPÇÃO
As bandas, no
início desse estilo, carregavam muito da crítica social característica do punk
rock britânico, mas com uma abordagem diferente: as críticas são mais sutis, mais
elaboradas e menos agressivas, assim como a composição, mais suave graças à
influência do R&B e do reggae.
Um dos
maiores expoentes do New Wave, com certeza, é o Talking Heads. As músicas da
banda de David Byrne, Tina Weymouth, Chris Frantz e Jerry Harrison têm um jeito
alegre, por vezes veloz, mas que sempre mantém um pé no estranho e no
desconhecido, olhando para temas comuns por ângulos incomuns.
Um ótimo
exemplo da crítica social nas letras de David Byrne pode ser visto em “Once in
a Lifetime” do álbum “Remain in Light”, uma das músicas mais populares da banda,
dona de um dos clipes mais pirados e experimentais da época e que já foi até
parodiado por Caco, o sapo, dos Muppets.
A canção
trata do sonho americano e do sentimento de decepção causado por ele nas
pessoas que não conseguem atingir esse modelo de vida “perfeito”.
“Once in a
lifetime” discute a rotina na realidade americana onde a vida das pessoas se
resume a trabalhar para ganhar dinheiro, gastá-lo com uma satisfação passageira,
ficar triste quando o dinheiro acaba (“Into the blue again after the money’s
gone”) e recomeçar o ciclo buscando essa felicidade falsa que permite aos
indivíduos aguentar a repetição. A vida da pessoa se torna algo puramente
artificial, os dias passam sem que ninguém perceba, a individualidade some e as
pessoas começam a ser tratadas apenas como ferramentas da sociedade. A vida se
torna tão cíclica que o eu-lírico, ao parar para refletir, questiona como
chegou até ali (how did I get here?).
David Byrne
reforça a mensagem na composição ao buscar inspiração no gospel, dando a entender
que esse ciclo é algo semelhante a um dogma que é seguido sem ser questionado. Byrne
também pode estar dizendo que a religião, muitas vezes, é usada como forma de
fazer as pessoas se conformarem com suas vidas medíocres, esperando que algo
com maior significado seja atingido no além vida.
Recomendo
muito que você, caro leitor, vá atrás da discografia do Talking Heads e
descubra canções que discutem os mais variados temas, desde o fim da espécie
humana - como em “(Nothing But) Flowers” - até a mente de um psicopata – como em
“Psycho Killer”.
Você gosta
dos Talking Heads ou está descobrindo a banda agora? Deixa um comentário aqui
embaixo falando da sua experiência com o grupo.
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Comentários
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Amo Talking Heads!!
ResponderExcluirCurto a banda e adorei o texto.
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