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SANDMAN: UM PUNHADO DE AREIA E UMA HISTÓRIA SOBRE HISTÓRIAS
Texto
retirado da biblioteca do sonhar com a permissão de Lucien.
Sandman é
uma figura folclórica de diversos países, a ele é atribuída a função de dar
bons sonhos às pessoas e, ao fazer isso, deixar remela no olho. Ele já foi
retratado em diversas mídias como, por exemplo, nas músicas “Mister Sandman”,
da banda The Chordettes e “Enter Sandman”, do Metallica.
Nos
quadrinhos da DC Comics três personagens diferentes já usaram o nome. O
primeiro Sandman criado em 1939 era um homem chamado Wesley Dodds que agia como
um vigilante dos pulps. Já o segundo foi criado por Joe Simon e Jack
Kirby nos anos 70 e tem um estilo mais super heroico. O terceiro é o motivo de
eu estar escrevendo esse texto.
O Sandman
mais recente surge na década de 80 quando a DC Comics incumbe o roteirista Neil
Gaiman de reformular o personagem como bem entendesse contanto que o nome fosse
mantido e é justamente isso que ele faz ao abandonar todos os conceitos já
usados nas “encarnações” anteriores do personagem para criar algo completamente
novo: um conto onírico sobre mudanças e histórias.
A revista
conta a história de Morpheus, o senhor dos sonhos e da imaginação, que ao ser
confrontado por decisões de seu passado é obrigado a encarar o dilema clássico
de “mudar ou morrer”.
Sonho é uma
figura muito complexa que, apesar de ser muito egoísta e fechado, aos poucos tenta
se tornar um indivíduo melhor ao reencontrar antigos amores, sua família,
amigos e inimigos.
A mudança
comportamental do protagonista é muito bem trabalhada pelo autor, que soube mostrar
sua transformação de forma orgânica, Morpheus é alguém que evita sair de sua
zona de conforto e por isso sua mudança acontece de forma gradual.
No universo
de Sandman todas as figuras mitológicas, folclóricas, religiosas e ficcionais
nascem no sonhar e, por isso, aparecem em diversos arcos da revista. A
utilização do folclore e da mitologia permite que Gaiman explore a origem das
crenças; a tradição falada dos contos e religiões; e o motivo pelo qual
contamos histórias.
Outro
triunfo do roteiro é se permitir contar histórias tangencialmente relacionadas
a Morpheus que por vezes aparece apenas como coadjuvante ou espectador de
tramas envolvendo imperadores romanos, grandes poetas, musas mitológicas ou
gatos que sonham com o dia em que dominarão o mundo.
Um dos
pontos altos da série é sua impressionante galeria de personagens. Gaiman reinventa
figuras já conhecidas pelo público - como Lúcifer que ganha uma personalidade entediada
- e introduz personagens novos que lembram figuras da fantasia, mas que também têm
dramas contemporâneos - como a relação disfuncional dos Perpétuos (a família de
Morpheus) ou a mágoa entre o senhor dos sonhos e a bruxa Thessaly.
É difícil
falar sobre Sandman como um todo, porque além de ser um dos meus quadrinhos
favoritos, a história é muito grandiosa e aborda diversos temas, desde a
transfobia até a relação entre pai e filho. Por isso me comprometo a abordar outros
aspectos da obra com maior cuidado em futuros textos.
Recomendo
Sandman não apenas para fãs de quadrinhos, mas para qualquer pessoa que aprecie
boas histórias.
Ficou com
vontade de explorar ou reexplorar o castelo do Lorde Moldador? Deixe um
comentário sobre sua experiência com a obra se já tiver lido, ou conte se tem
vontade de ler.
Bons
Sonhos.
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Comentários
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Adoro Sandman. Curti muito seu texto, já estou estou esperando os próximos!
ResponderExcluirEu já tinha ouvido falar, mas nunca li nada do Sandman! Vou procurar!!! De qualquer forma eu continuo durmindo com um olho aberto agarrado fortemente ao meu travesseiro..🤟🏼🤟🏼🤟🏼🤟🏼
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