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OS ERROS CONCEITUAIS de ZACK SNYDER OU UMA CARTA DE AMOR À SIMPLICIDADE DO SUPER-HOMEM
O Snyder Cut lança essa semana! E eu não poderia ter menos vontade de assistir a esse filme. Por quê? Pois as adaptações de quadrinhos feitas pelo Zack Snyder têm problemas de roteiro, ritmo e especialmente conceituais. O diretor rompe com as mensagens mais básicas dos personagens em uma tentativa de ressignificar essas figuras tornando-as mais “realistas” e apostando em metáforas pretenciosas e fracas.
O maior
exemplo dessas mudanças conceituais é o Superman. Nos filmes do diretor o
personagem é comparado com um Deus inalcançável usando de metáforas visuais tão
sutis quanto um tapa na cara. Essa busca por um sentido complexo por trás das
ações de Clark Kent demonstra uma certa vergonha do material-fonte por parte do
roteiro e elimina a principal característica do Super: sua bondade.
O aspecto
mais interessante do personagem de Jerry Siegel e Joe Shuster é sua
simplicidade. Não existem grandes motivos por trás das ações do Super-Homem,
ele apenas faz o que faz porque considera isso certo e tem um senso de dever
por sua capacidade de proteger os mais fracos. Kal-El não se sente em dívida
com a raça humana por ter sido acolhido quando criança, ele se vê como parte da
humanidade e está apenas tentando fazer do nosso mundo um lugar melhor.
Para alguns
pode parecer simplista demais dizer que o herói age apenas porque é o correto a
se fazer, mas essa simplicidade contribui para fazer do Super um símbolo de
esperança e compaixão. Não é bonito pensar que um dos seres mais poderosos do
universo se contenta com um emprego comum, tem como interesse amoroso uma
colega de profissão, dá tudo de si para proteger pessoas que ele nunca viu e
não se considera melhor que ninguém? O Superman é acima de tudo um exemplo do
que podemos ser, ele nos inspira a tentar mudar o mundo eliminando suas
desigualdades e injustiças sem esperar nada em troca.
Uma ótima análise
do Super-Homem como ideia pode ser vista em Super Deuses de Grant Morrison onde
o autor encara o personagem como uma resposta humanista à mecanização radical que
causava tanto desemprego no final dos anos 30. O homem de aço era essencialmente
um símbolo da força do homem comum enfrentando as dificuldades do homem comum e
as injustiças sociais. Vale lembrar que seu maior inimigo é um grande
capitalista que teme ter seu lugar tomado por um imigrante.
Clark Kent
não é super por causa da sua força ou habilidade de voo, mas por causa de seu
caráter, virtudes, incorruptibilidade e habilidade de ver o melhor das pessoas.
Kal-El não é Deus, ele é uma pessoa que enfrenta um assediador, é um padre que
destrói arquitetura hostil à marretadas, é a pessoa que resgata animais
carentes, é o médico da cruz vermelha, é a mãe solteira e essencialmente
qualquer pessoa que se opõe às injustiças e tenta tornar a vida dos outros um
pouco melhor.
Se no dia
18 você quiser consumir alguma obra envolvendo o Superman, não assista o Snyder
Cut, assista os filmes do Richard Donner, leia Grandes Astros Superman, O Que
Aconteceu ao Homem de Aço, Para o Homem que Tem Tudo, a fase de John Byrne ou
outra das tantas histórias que conseguem capturar a essência do personagem.
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