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BATMAN EGO: O CAVALEIRO DAS TREVAS NO DIVÃ
Batman, o herói
criado em 1939 por Bill Finger e Bob Kane, é inegavelmente, um dos maiores
ícones culturais da atualidade. É difícil encontrar alguém que nunca tenha tido
contato com o personagem, tudo já foi feito com o homem-morcego. Ele já acumula
mais de 80 anos de histórias nos gibis, já protagonizou filmes, séries e
desenhos animados, mas ainda é possível contar nos dedos as obras que realmente
se propõem a entender a psiquê do cruzado encapuzado. Batman Ego é uma
delas.
Na história
escrita e desenhada por Darwyn Cooke, Bruce Wayne é confrontado por seus
próprios medos representados pela figura do Batman. A trama discute a
eficiência de sua cruzada contra o crime, seu código moral de não matar e a
mensagem transmitida pelo cavaleiro das trevas.
Bruce Wayne
é, acima de tudo, um homem perturbado. Sua vida acabou no beco do crime quando
ele tinha 10 anos de idade e presenciou o assassinato dos pais. Desde então
cada dia de sua existência é dedicado a um simples propósito: acabar com o
crime e impedir a morte de inocentes.
Cooke
interpreta a cruzada do cavaleiro das trevas não apenas como vingança ou
justiça, mas como uma tentativa de amenizar o medo e a angústia que o perturbam.
Talvez sua missão interminável seja uma forma destrutiva de evitar seus medos e
inseguranças. Sua guerra contra o crime pode ser apenas uma forma de se
convencer da existência de um mal externo que, ao ser expurgado eliminaria todo
o impacto daquele trauma de infância. É uma forma quase infantil de encarar o
problema, porque, essencialmente, o maior detetive do mundo ainda é aquele
garotinho jurando vingar a morte de seus pais, e que desde a infância se recusa
a encarar o assunto de outra forma.
O código
moral do homem-morcego também é questionado pela figura do Batman. Não seria
hipócrita da parte de Bruce não matar seus inimigos, já que isso evitaria mortes?
Não. Bruce vai carregar o peso de todos os assassinatos cometidos pelos
psicopatas de Gotham, mas essa é a única linha que ele não pode cruzar. Matar
só igualaria suas ações às de seus inimigos. O Batman precisa acreditar na
reabilitação de seus vilões, pois apesar de representar o medo para os
criminosos da cidade, o herói também precisa representar a justiça, precisa mostrar
que podemos encarar o mal sem nos rebaixarmos a ele. O vigilante é paradoxalmente,
um símbolo de que as leis podem funcionar, apesar de ter sido criado quando o
sistema falhou em proteger os pais daquele garotinho.
No final da
história, Bruce consegue chegar em um acordo com seu outro eu, a faceta do
Batman. Ele, finalmente, admite suas falhas e inseguranças, ressignificando sua
guerra contra o crime. A batalha deixa de ser somente sobre justiça, vingança
ou uma forma de lidar com o luto e se torna uma maneira do cavaleiro das trevas
canalizar todo seu sofrimento para transformá-lo em algo positivo: a defesa dos
fracos e a valorização de vidas humanas acima de tudo.
O guardião
de Gotham é um personagem fascinante por ser uma figura trágica: um homem rico
que atingiu o ápice físico e mental e que, movido por seus medos, esconde seu
verdadeiro eu, representado pela figura do morcego. Ele escolhe travar uma
guerra sem fim em busca de justiça, vingança e uma paz interior que ele sabe ser
inalcançável.
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Comentários
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Muito bom, realmente o Batman é um dos personagens mais lembrados e adorado nessa atualidade.
ResponderExcluirArrasouuuu, mto sucesso para tu. ❤️
ResponderExcluirGrande Pietro
ResponderExcluirÓtimo artigo!
ResponderExcluirparabéns pela iniciativa, amando!
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